Na primeira noite, eles aproximaram-se e colheram uma flor do nosso jardim.
E não dissemos nada.
Na segunda noite, já não se esconderam,
pisaram as flores, mataram o nosso cão.
E não dissemos nada.
Até que um dia, o mais frágil deles, entrou sozinho em nossa casa,
roubou-nos a luz,
e, conhecendo o nosso medo, arrancou-nos a voz da garganta.
E porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada.
Vladimir Mayakovski (1893-1930)
—
Postado por aponarte no Para pensar e sentir em 5/26/2008 11:18:00 AM
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