Como anda seu nível de exigência em relação à vida?
Você é daqueles que quer que tudo sempre dê certo, e que não admite falhas, aborrecimentos?
Em entrevista a determinado meio de comunicação, o médico Dráuzio Varella traz algumas considerações bastante sábias a respeito desse tema.
Diz ele que às vezes, por aborrecimentos mínimos, somos capazes de passar um dia inteiro de cara amarrada.
Ele, então, dá um exemplo trivial, que acontece com frequência na vida de muitos de nós:
É quando um vizinho estaciona o carro muito encostado ao seu numa garagem qualquer.
Ao invés de simplesmente entrar pela outra porta, sair com o carro e tratar da sua vida, você bufa, pragueja, esperneia e estraga o resto de seu dia.
Acho que esta história de dois carros alinhados – diz ele -impedindo a abertura da porta do motorista, é um bom exemplo do que torna a vida de algumas pessoas melhor, e de outras, pior.
Tem gente que tem a vida muito parecida com a de seus amigos, mas não entende por que eles parecem ser tão mais felizes.
Será que nada dá errado para eles? Dá aos montes, sim. Só que para eles, entrar pela porta do lado, uma vez ou outra, não faz a menor diferença.
Continua o médico a dizer:
O que não falta neste mundo é gente que se acha o último biscoito do pacote. Que audácia contrariá-los!
São aqueles que nunca ouviram falar de saídas de emergência: fincam o pé, compram briga e não deixam barato.
Criam verdadeiros complexos de perseguição.
Eu entro muito pela outra porta, e às vezes saio por ela também.
É incômodo, tem um freio de mão no meio do caminho, mas é um problema solúvel. E como esse, a maioria de nossos problemões podem ser resolvidos assim, rapidinho.
Basta um telefonema, um e-mail, um pedido de desculpas, um “relevar”.
Eu ando “deixando de graça”… Para ser sincero, vinte e quatro horas têm sido pouco pra tudo o que eu tenho que fazer, então, não vou perder ainda mais tempo ficando mal-humorado.
Se procurar, vou procurar dezenas de situações irritantes e gente idem; pilhas de pessoas que vão atrasar meu dia, então, uso a “porta do lado” e vou tratar do que é importante de fato.
Termina, Dráuzio Varella, dizendo:
Eis a chave do mistério, a fórmula da felicidade, o elixir do bom humor, a razão por que parece que tão pouca coisa na vida dos outros dá errado.